O que é um iniciador de pagamentos?

Os iniciadores de pagamentos são empresas, reguladas pelo Banco Central, que funcionam como agentes. Seu objetivo é, como o nome sugere, iniciar transferências ou pagamentos sem a necessidade de acessar as instituições financeiras (os bancos, por exemplo). Para isso, conectam os usuários aos bancos, mantendo uma comunicação transparente.

A missão do iniciador é iniciar pagamentos ou transferências sem que os usuários precisem acessar de fato as instituições. Ele serve para conectar as pessoas aos seus respectivos bancos, garantindo:

• conta transacional transparente;
• pagamentos mais simplificados;
• experiência otimizada.

Um exemplo de uso do iniciador de pagamentos é quando um usuário realiza uma compra em um e-commerce ou marketplace, sem a necessidade de imputar os dados do cartão manualmente ou sair do app para efetuar o pagamento, como no caso do PIX copia e cola.

Essa nova modalidade atua por meio do Open Banking, um modelo que visa dar autonomia sobre o controle dos dados ao próprio usuário, podendo ele ter acesso a melhores condições aos serviços bancários de diversas instituições, não se restringindo aos grandes bancos.

O principal diferencial é que o iniciador de pagamentos retira a necessidade de intermediários em uma transação. Além disso, também proporciona o pagamento de compras sem a necessidade de um cartão de crédito, entre outras funções.

Para fazer as transações, uma das opções que o iniciador de pagamentos utiliza é o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos. Essa ligação com outra modalidade que caiu no gosto dos brasileiros é uma das explicações pelos quais esse modelo de negócio ajudará tanto usuários como instituições.

É importante destacar que essa modalidade foi regulamentada pelo nosso Banco Central em outubro de 2020, mas que somente algumas empresas estão autorizadas a ter o iniciador de pagamentos até o momento.

O iniciador de pagamento é o grande destaque da fase 3 de implementação do Open Banking no país. A primeira ocorreu quando as instituições financeiras começaram a disponibilizar os seus dados e a segunda acontece quando os usuários passam a solicitar o compartilhamento das suas informações com as instituições.

Como funciona o iniciador de pagamentos?

Com a mudança de comportamento dos usuários e das instituições financeiras, com o uso crescente da tecnologia e do ambiente digital, os meios de pagamentos evoluem para acompanhar a experiência, velocidade e segurança no qual os usuários esperam.

No Pix, por exemplo, o iniciador de pagamentos mudará radicalmente o processo — e para melhor. Isso porque elimina algumas etapas da transação, como a necessidade de sair da página de um e-commerce, por exemplo, para poder pagar a sua compra no aplicativo do banco.

Dependendo do nível de tráfego do site, isso pode até mesmo desestimular o cliente a fechar a compra, reduzindo o lucro das empresas. Por isso, essa evolução tende a agradar todos os envolvidos na cadeia de negócios.

O pagamento com o Pix em lojas digitais fica mais simples, uma vez que o iniciador de pagamentos possibilita que uma tela da instituição financeira utilizada pelo usuário apareça diretamente no checkout da loja ou que aconteça um redirecionamento do aplicativo para o banco, de modo mais ágil.

Em um primeiro momento do uso do iniciador, será necessário cadastrar-se para começar a usar o serviço. Depois disso, basta selecionar o banco e a sua conta, que serão conectados ao iniciador. Depois, o consumidor segue os passos que já acontecem hoje. Ele verifica os dados da compra que está sendo feita, as informações do recebedor e autentica o pagamento com o uso de senha ou biometria.

A novidade é que em uma próxima compra feita na mesma empresa, essas informações estarão salvas a partir da autorização do compartilhamento autorizado pelo usuário, o que agiliza ainda mais o processo de checkout.

É importante notar que tanto o Pix como o Open Banking são duas tecnologias fundamentais e complementares. A primeira é um meio de pagamento, enquanto o segundo é um ecossistema de compartilhamento de dados e segurança. Ambas facilitam o acesso e aceleram a inclusão digital dos usuários.

Quais são as suas principais vantagens?

Agora que já vimos o conceito do iniciador de pagamentos e o seu funcionamento geral, nada melhor do que listar os principais benefícios da iniciativa.

Mais agilidade

Atualmente, para realizar um pagamento é necessário inserir os dados no aplicativo ou site do banco. É preciso preencher inúmeras informações, o que torna esse caminho mais longo. Além disso, o recebedor do pagamento precisa passar por um período ainda mais demorado, que envolve o recebimento da comunicação com a efetivação do pagamento. Assim, na maior parte das compras online, as pessoas perdem tempo aguardando a confirmação da transação.

Só depois disso será possível pensar em transporte e na entrega. O iniciador de pagamento surge para encurtar essa jornada, uma vez que as informações já estarão preparadas e acessíveis ao recebedor. Caberá ao pagador apenas remunerar a empresa pelo produto adquirido, tornando o processo mais ágil.

Outra novidade é que a ordem de iniciação do pagamento já prevê, antecipadamente, a resposta da efetivação do pagamento. Desse modo, o processamento da transação, por parte dos recebedores, é mais acelerado.

Simplificação das compras

O processo simplifica significativamente as compras, pelo uso do Open Banking, que permite que qualquer instituição participante dessa nova modalidade possa comandar uma transação via Pix em qualquer outra organização que detenha uma conta de depósito ou pagamento.

A iniciação de pagamentos é uma ferramenta da terceira fase do Open Finance que proporciona, por exemplo, pagamentos em e-commerce em poucos cliques, sem precisar entrar no aplicativo do banco ou usar cartão de crédito.

Também é possível realizar um pagamento via Pix de um banco por meio do aplicativo de outro que utilize um iniciador de pagamentos. Essa modalidade já é oferecida pelo Banco do Brasil, por exemplo.

Redução de etapas

Hoje, quem tem que fazer um Pix precisa entrar no aplicativo do seu banco para realizar a transferência. Com o iniciador de pagamentos, nem isso será mais preciso, já que o consumidor consegue fazer a transação direto pelo WhatsApp, por exemplo, por meio do WhatsApp Pay.

Essa inovação abre espaço para o uso do Pix em diversos aplicativos, facilitando as integrações e a vida de todos os usuários. A tendência é que até mesmo aplicativos que não foram desenvolvidos para a realização de transações financeiras possam aderir ao formato no futuro.

Tudo isso mostra como as etapas para realizar um Pix serão cada vez mais ágeis com a inserção do iniciador de pagamentos. Nesse sentido, para não ficar de fora desse cenário, as instituições financeiras devem considerar seriamente a adoção dessa solução em seus negócios.

Por fim, outro benefício interessante é o aumento tanto de receitas como de vendas. Isso porque, como as etapas de compra são reduzidas, a entrada de novos ativos é significativamente facilitada.

A própria Núclea promove essa solução por meio da inserção do iniciador de pagamentos no Open Finance. Isso confere maior liberdade ao usuário final, proporcionando a ele a realização de pagamentos mais ágeis e que fortaleçam seu relacionamento com a instituição.

Como pudemos ver neste artigo, o iniciador de pagamentos é uma revolução no modo como realizaremos as transações financeiras. Pela sua ligação com o Pix, os negócios serão feitos de maneira simultânea, mas sem a necessidade de passar por diversos programas antes de fechar uma compra, por exemplo.