Os ativos digitais representam novas oportunidades e desafios para as instituições financeiras. Conheça o cenário, seu papel no mercado, os impactos e o futuro.
Desmistificando Ativos Digitais: como as instituições financeiras podem se adaptar
Os ativos digitais representam novas oportunidades e desafios para as instituições financeiras. Conheça o cenário, seu papel no mercado, os impactos e o futuro.
18/09/2024
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4 min de leitura
Os ativos digitais são recursos ou arquivos, como vídeos, fotos, textos, templates, blogs, perfis em redes sociais, disponibilizados no ambiente eletrônico que podem ser transformados em valor financeiro. Um bom exemplo são as criptomoedas. De qualquer forma, todos esses bens vêm transformando o setor financeiro e a relação das pessoas com esse mercado.
Essa é uma inovação no setor, já que os ativos digitais também são um investimento. Além disso, eles podem ser considerados um patrimônio corporativo, porque podem ser tokenizados. Ou seja, obras de arte, imóveis, commodities e outros bens podem ser representados dessa forma.
Portanto, é fundamental desmistificar esses ativos e entender como as instituições financeiras podem se adaptar. É o que vamos abordar a partir de agora. Continue lendo!
Panorama geral sobre ativos digitais
Os ativos digitais são instrumentos financeiros existentes somente no ambiente digital. Isso é possível devido ao blockchain, tecnologia que registra todas as transações, da mesma forma que um livro-razão. Assim, as operações têm um nível maior de transparência e segurança.
Ao mesmo tempo, a blockchain descentraliza as operações. Portanto, elas não precisam mais passar por instituições financeiras. Esse é um dos fatores que exige a adaptação à nova realidade do mercado.
Além disso, as operações são firmadas por meio de smart contracts, isto é, contratos inteligentes que codificam as condições do acordo via programa autoexecutável. Ainda há a interoperabilidade, que facilita a livre circulação dos ativos digitais.
Todos esses fatores fazem essa classe de ativos estar em alta no sistema financeiro mundial. Há um incentivo à conquista de confiança e legitimidade de investidores e outros players do mercado. Um exemplo é a aprovação de fundos de índice (ETFs) de Bitcoin e Ethereum pela US Securities and Exchange Comission (SEC).
Outro aspecto positivo é que o Brasil está entre os dez países que mais adotam criptomoedas, e a tendência é que o Banco Central autorize a regulamentação do setor.
O papel dos ativos digitais no mercado
O papel dos ativos digitais no mercado depende do tipo com que se está trabalhando. De modo geral, existem 5 categorias:
Criptoativos
Ativo de valor ou usado como meio de troca. Pode ser usado para pagamentos, investimentos e criação de moeda para financiamento de projetos.
Stablecoins
É uma criptomoeda que estabiliza os preços por haver vinculação com commodities, moedas fiduciarias ou ativos criptográficos. Pode ser usado para câmbio, pagamentos e transferências internacionais.
Tokens não fungíveis (NFTs)
É a tokenização de um ativo digital exclusivo, como uma obra de arte. Pode ser usado para concessão de acesso após comprovação de identidade, rastreio da circulação e da propriedade de itens da cadeia de suprimentos ou certificação da propriedade de itens virtuais.
Moedas digitais de Bancos Centrais (CBDCs)
Representa a moeda fiduciária de um país. É o caso do Real Digital (DREX), que está sendo desenvolvido. Pode ser usado para pagamentos e transferências internacionais.
Tokens de títulos e valores mobiliários
São ativos digitais enquadrados como valores mobiliários ou investimentos. Pode ser usado para tokenizar ações, títulos e ativos reais, como imóveis e equipamentos.
Portanto, os ativos digitais mudaram o jogo. Por serem descentralizados, o papel das instituições financeiras passa a ser diferente. Há um movimento para facilitar as transações com criptomoedas de forma segura e regulamentada.
As instituições financeiras tradicionais ainda podem oferecer produtos de investimento sintéticos embasados em criptomoedas, como ETFs. A expectativa é que, no futuro, os órgãos de recebimento de depósitos de fundos armazenem criptoativos.
Além disso, é possível agregar serviços, como as finanças descentralizadas (DeFi) e pagamentos em criptomoedas. Portanto, os bancos podem usar esses recursos para aumentar seu faturamento e até para obter dados que permitam tomar decisões mais acertadas.
Isso porque é possível acessar as operações armazenadas em blockchain e verificar como é feita a movimentação entre carteiras. Assim, fica mais fácil oferecer serviços mais adequados às demandas dos clientes.
Desafios e considerações regulatórias dos ativos digitais
O mercado de ativos digitais ainda está em processo de regulamentação. Esse cenário de incerteza, porém, está sendo modificado em 2024, com aumento da confiança dos investidores e do sistema financeiro global.
Um dos desafios que está sendo enfrentado é a volatilidade, o que pode ser mitigado com as stablecoins. Outro problema se refere à ausência de dados devido à descentralização, mas isso já está sendo resolvido com a regulamentação.
O primeiro passo a favor desse processo nos Estados Unidos está relacionado à aprovação dos ETFs de Bitcoin pela SEC, em janeiro. Já em maio, foram aprovados os ETFs de Ethereum. Além disso, a Câmara dos EUA aprovou o projeto da Lei de Inovação e Tecnologia Financeira para o Século XXI. Esse documento cria um marco regulatório para o uso das criptomoedas.
Enquanto isso, a União Europeia aprovou as regras para a regulação dos criptoativos ainda em 2023. Parcialmente, ele será colocado em prática em 2024.
No Brasil, a discussão envolve o Banco Central, empresas, associações do mercado financeiro e a sociedade civil. Assim, as regras deverão ser delimitadas até 2025.
Dessa forma, vários desafios do setor e incertezas são mitigados. Ao mesmo tempo, diretrizes claras são estabelecidas, o que permite que os consumidores tenham mais segurança dos seus dados.
As instituições financeiras também conseguem fazer a prevenção a fraudes e proteger os interesses dos investidores. Sem contar que fica mais fácil implementar um processo de inovação contínua e de transformação do setor financeiro com inteligência de dados.
Saiba os impactos dos ativos digitais nos modelos de negócios das instituições financeiras
Os ativos digitais geram impactos positivos e desafiadores nos modelos de negócios das instituições financeiras. Por um lado, eles trazem liquidez e acessibilidade, descentralização e segurança, potencial de valorização e diversificação, e eficiência operacional.
Esses são pontos positivos, porque esses ativos são altamente líquidos e podem ser negociados 24×7. A imutabilidade da blockchain é outro aspecto favorável, já que todas as operações são registradas. Como elas também não podem ser modificadas, isso significa que as transações são mais transparentes.
Ainda é preciso destacar a volatilidade. Mesmo sendo um aspecto negativo, ela também pode levar ao maior número de oportunidades. Então, o potencial de valorização é elevado, quando se consegue diversificar e assumir riscos calculados.
Quanto à eficiência operacional, o destaque é a redução de custos para as instituições financeiras. Isso porque os processos têm sua burocracia reduzida e isso pode elevar a rentabilidade no longo prazo.
Por outro lado, os impactos negativos são a volatilidade, questões regulatórias, segurança e riscos tecnológicos, adoção limitada, complexidade técnica e dependência da tecnologia.
Ou seja, a oscilação frequente dos valores gera riscos significativos, o que pode levar a grandes prejuízos. A ausência de regulamentação padronizada e clara também é um ponto negativo, já que torna o ambiente incerto.
A segurança é elevada devido à blockchain, mas existem riscos. Por exemplo, podem existir vulnerabilidades em smart contracts, hacks em exchanges e malwares que prejudiquem o sistema e levem a perdas monetárias.
Outro problema é a complexidade técnica, um desafio para as instituições financeiras. Para viabilizar o uso dos ativos digitais, é preciso entender tecnologias vinculadas, como os smart contracts e a blockchain.
Por fim, depende-se de constantes atualizações e melhorias na tecnologia de blockchain. Isso também significa a criação de protocolos e algoritmos de consenso para garantir a relevância dos ativos.
O futuro dos ativos digitais
O futuro dos ativos digitais é de uso crescente. Além disso, há fortes expectativas de regulamentação por parte dos mercados nacionais, o que tende a gerar mudanças nas transações.
Cabe às instituições financeiras se adequarem a esse novo cenário, inclusive para conquistarem diferencial competitivo. Nesse sentido, o foco deve ser utilizar a tecnologia a seu favor.
Ou seja, a blockchain pode ser usada para coletar vários dados dos ativos digitais e seus consumidores. Isso pode levar a uma personalização maior dos serviços, com ofertas mais adequadas a cada perfil.
Assim, os bancos podem ter uma receita maior e até fazer parcerias com empresas que atuam no ecossistema de tecnologia. Desse modo, é possível utilizar soluções específicas, que ajudam a conquistar um patamar mais elevado no que se refere aos ativos digitais.
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